Símbolos da Dança e os Mitos

Nó Celta

Dançar é a arte de movimentar o corpo harmoniosamente em uma sequência ritmada, ou seja, é a forma como o corpo se move segundo uma composição coreográfica, num determinado tempo e espaço, expressando os mais nobres sentimentos contidos em um segmento musical.

A dança quando voltada à terapia, tem o poder de libertar antigas amarras e bloqueios que dificultam a interação do ser humano ao meio em que vive. Por exemplo, a Biodança ou como utilizo e nomeio a Biodança Elemental são técnicas que auxiliam o bem estar, o autoconhecimento e o aperfeiçoamento pessoal. As Danças Circulares ou Danças Populares também nos proporcionam um aprendizado maior e mais profundo, possibilitando assim a conexão com o Todo e o grupo dançante através da sua simbologia ancestral e envolvente. Além de propiciar saúde, bem estar físico, mental e espiritual.

A Cruz e a Roda

O símbolo da cruz e da roda representa o trajeto solar ao longo do ano, dividido em quatro partes, que atuam no espaço e no tempo sobre a lei divina do destino da vida. Nas cruzes irlandesas do início da era cristã, o símbolo da cruz solar se liga ao símbolo da árvore do mundo, através da qual fluem os fluxos de luz e vida. De acordo com mitos e lendas, a árvore do mundo encontra-se no centro da terra. Em seus galhos o sol, a lua e todas as estrelas crescem como se fossem frutas.

Os feixes dos corpos de luz, que sobem e descem nos ramos, se entrelaçam formando o caminho visível da vida, em cujo segredo o herói precisa penetrar.

Em antigas representações da cruz, os sinais simbólicos se assemelham mais a uma dança da criação: o ser cósmico flutua de braços abertos como uma figura iluminada solta no centro da roda solar. A árvore no centro da terra é o cosmograma para as forças que ascendem e descem da árvore, que tiram seu caminho da atemporalidade, fluindo para a dimensão do tempo, do céu para a terra, essas forças crescem na forma ascendente, no caminho que vai das raízes das profundidades até a coroa, entrando na dimensão da eternidade. (O ciclo sem começo e nem  fim).

Nas tradições religiosas, o tronco dessa árvore também é a imagem da escada para o céu e o caminho do conhecimento. A horizontal do espaço é caracterizada pelos ramos ou braços que saem da metade da árvore. Em representações da idade média, Deus encontra-se crucificado nos membros na árvore do mundo, na forma de cruz, e através da figura de um homem. Ele está entre o sol, figura da imortalidade, à sua direita, e a lua símbolo da luz, à sua esquerda, que precisa se transformar uma vez na serpente domada das profundidades e na pomba espiritual das alturas.

O Deus que morre periodicamente no decorrer do ano e que ressuscita na eternidade no eixo do mundo é ele próprio o centro, onde todas as antíteses se encontram e se recolhem. É o ponto de reunião das diferentes formas de manifestação, que surgiu pela extensão do ponto de origem. Em antigos mitos históricos sobre a Deusa, não é a figura de Deus que está na árvore, mas a serpente, símbolo sagrado da própria Deusa, o mistério da transformação.


Na dança dos símbolos, ambiciona-se esta unidade dos sentidos, para experienciar os Deuses pela visão interior. Assim como nos exercícios da ioga, a força da serpente está implícita no movimento da espiral ascendente e descendente, na árvore da coluna vertebral. Os cinco pontos onde a serpente está presa à figura simbólica da árvore são indicados na própria dança. A imagem nos leva aos cinco sentidos, que são o nosso destino e que nos “crucificam” no tempo e no espaço. Por meio da dança ocorre a libertação dessa fixação, pela representação das formas simbólicas na cruz axial e pela dedicação às leis divinas. (O fluir da vida!)

No ritual dançante da dança mais prolongada, hassapicos, o eixo do corpo pende até que o equilíbrio seja encontrado na cruz. Neste caso, se dança a imagem mística da restauração da árvore da vida, que sobreviveu à tradição popular da árvore de maio, no caso do hemisfério sul seria outubro, e é feita a dança em volta do tronco enfeitado de fitas. Hassapicos mostra o dançarino com a cabeça levemente inclinada como na cruz, as pernas baixas ilustram a viga transversal da cruz, que está na posição diagonal para baixo, símbolo da extremidade da cauda da serpente, que se enrola na árvore do conhecimento, tornando-se uma metáfora para o trajeto em ziz-zag da vida. Que assim seja!

Fonte bibliográficas:
Dança Símbolos em Movimento de Maria-Gabriele Wosien

Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.

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Brumas do Tempo:
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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
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