O que é Paganismo?

Nó Celta

O paganismo atualmente é um dos caminhos espirituais que nos leva à comunhão com os Deuses ou as divindades pré-cristãs, ou seja, uma religião natural e étnica que representa um povo ou cultura, bem como a sua ancestralidade e a natureza local.

Paganismo é um termo genérico usado para distinguir as religiões politeístas – a crença em vários Deuses e Deusas; panteístas – a crença em que a natureza e todo o universo são divinos; e animistas – a crença em que todos os seres vivos, elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas) e elementos da natureza (rios, árvores, montanhas) possuem um espírito ou uma alma divina.

Em relação ao Paganismo Celta, como no Druidismo, alguns praticantes celebram o Caminho individualmente ou com outras pessoas, membros de um mesmo grupo ou tradição, conhecidos como tribos ou clãs. “A característica das tradições pagãs é a ausência de proselitismo e a presença de uma mitologia viva na sua prática religiosa.” Philip Carr-Gomm – OBOD.

Há várias vertentes no Paganismo, alguns estão claramente definidos e possuem uma organização própria, outros não. Os caminhos mais conhecidos no Paganismo Celta e adotados por nós são: o Druidismo Moderno (que engloba várias tradições) e o Reconstrucionismo Celta (RC). Entre os panteões/tradições que podemos citar estão: o irlandês, escocês, britônico, galês, gaulês, galaico (galego) e ibero-céltico.

Existem outros Reconstrucionismos como o Egípcio ou Kemético, Grego ou Helênico, Romano, etc. Além dos Nórdicos ou Odinistas, Asatru e Vanatru, Romuva, Bruxaria Tradicional e Wicca, entre outros.

A prática reconstrucionista visa o resgate das crenças religiosas da antiguidade, sem que com isso, haja uma conotação puramente revivalista. Ao tentar reviver uma religião de antigas sociedades, não existe a pretensão de reconstruir sua política ou os costumes sociais, apenas de conhecer e entender o seu “modus operandi”, adequando-o à vida contemporânea e, na medida do possível, à prática religiosa, conforme a cultura que se dedica, alinhada também aos estudos acadêmicos, arqueológicos e mitológicos. Para saber mais sobre Reconstrucionismos, clique aqui.

Muitos conceitos errôneos em relação ao paganismo, alguns bem distorcidos e muitas vezes, associado ao “mal” ou ao “demônio”. Principalmente, o símbolo do pentagrama adotado pela bruxaria moderna. Frisando que esse símbolo, originalmente, não pertence a cultura celta.

Supostamente, os celtas contemplavam os ciclos da vida, morte e renascimento, representados através dos círculos de pedras e das espirais pré-célticas. Como descrevemos no artigo sobre os Símbolos Celtas.

Enfim, o paganismo não tem relação com magia “negra” ou de qualquer outra cor. Os “mistérios” pagãos estão muito além das brumas do tempo. As brumas são os véus que encobrem o conhecimento do caminho gasto pelo uso. Muitos são os que irão nos ver e não vão nos entender, tampouco conseguirão absorver a sabedoria dos Antigos, simplesmente pelo medo, ignorância ou falta de estudo e bom-senso. Abençoado seja o resgate da espiritualidade celta e da busca da sacralidade de nossa natureza.

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Religião e Mitologia

A religião e a mitologia apesar dos seus diferentes aspectos, referem-se aos sistemas de crenças que são de grande importância a uma determinada cultura, fazendo inúmeras declarações relativas ao sagrado. Geralmente, a mitologia reúne histórias de um povo, cuja narrativa fantástica e simbólica explicam os fenômenos sobrenaturais através do viés religioso.

Religião é um termo amplo de princípios e aspectos litúrgicos variados, que inclui o ritual, a ética, a teologia e as experiências místicas. A mitologia é quase sempre associada a uma determinada religião e/ou dissociada dos seus sistemas religiosos. Um mito pode perder sua relevância imediata perante a comunidade a qual pertence e se desenvolver independente da religiosidade como uma lenda ou folclore.

Podemos dizer que o paganismo é um termo genérico referente às diversas formas de preceitos politeístas, que tem como lugar comum o encontro com o divino através da natureza e da ancestralidade de antigas religiões pagãs, preservadas por intermédio dos mitos e cantadas durante as noites de lua cheia.

E se pensarmos no ensinamento que remonta ao Egito Antigo, que diz: “o que está acima é como o que está abaixo e o que está abaixo é como o que está acima”; compreenderemos que esta afirmação busca dizer que a natureza dos criadores é a mesma das criaturas.

Dessa maneira, os politeístas modernos almejam compreender através da retórica poética e desvelar o segredo: “o que está acima” – seus Deuses e ancestrais – conhecendo “o que está abaixo” – a Natureza e seus heróis; intimamente conectados ao meio, a consciência mitológica e pessoal.

Lembrar dessas coisas é a orientação básica nos dias atuais para se alcançar as Nove Virtudes e como ser verdadeiro, justo, leal e gentil, bem como viver com bravura, sabedoria e em harmonia com todos os seres. Honrando os Deuses, a Natureza e os Ancestrais. Que assim seja!

Fontes bibliográficas:
CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. SP: Palas Athena, 1990.
CAMPBELL, Joseph. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Ed. Cultrix Pensamento, 1997.
ELIADE, Mircea. Mito do Eterno Retorno. São Paulo: Mercuryo, 1992.

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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.

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