Os druidas desempenhavam um papel crucial nas sociedades celtas, embora não existissem em todas as tribos, podendo ser conhecidos por outros nomes, como explica o historiador John Haywood: “O mundo celta não era homogêneo e suas estruturas sociais dependiam do meio ambiente e dos recursos disponíveis.” Entre os celtas, não existia o conceito de um Deus único; eles adoravam inúmeros deuses. Também havia muitas variações na estrutura social em cada região, incluindo os festivais, que não eram os mesmos para todos. Por exemplo, os bretões tinham uma festa específica para celebrar o Solstício de Inverno, enquanto outras tribos não tinham festivais semelhantes nessa época. “Qualquer estudo dos druidas deve começar com um processo de desmistificação.” – Jean Markale.
“Os Druidas eram membros de uma classe profissional em que estava encarnada a vida religiosa e espiritual de sua sociedade. Eles ocupavam os papéis de juiz, médico, conselheiro, mago, místico e conhecedor da religião, entre outras funções. Além disso, eram os filósofos, cientistas, teólogos e intelectuais de sua cultura, e os possuidores da soma dos conhecimentos da sua era. Portanto, o nome “Druida” é peculiar ao povo céltico.
Os Druidas não eram um grupo étnico ou cultural por si mesmos, mas parte de uma sociedade maior da qual participavam, na cultura céltica da era pré-cristã, as nações célticas da Europa Ocidental e das Ilhas Britânicas.” – Citação do livro The Druids, de Stuart Piggot.
Cada tribo tinha o seu próprio chefe e, apesar de serem bem diferentes entre si, tanto na aparência física como nas atividades econômicas, algo os definia, como a cultura que tinham em comum, a raça guerreira, o parentesco das línguas, os costumes e a semelhança das práticas religiosas.
É impossível falar dos Druidas sem falar dos Celtas e vice-versa!
A etimologia da palavra “Druida” significa aquele que tem a sabedoria do carvalho, ou seja, o próprio “conhecedor do carvalho”. Conforme os textos clássicos, dividiam-se em três tipos de funções ou ofícios sacerdotais, conhecidos como: Bardos, Ovates e Druidas.
Podemos dizer que o sacerdócio no Druidismo moderno é como um agente equilibrador com a responsabilidade de curar a comunidade, assim como curar a si mesmo e o próprio planeta. A arte da “cura” sempre foi uma característica evidente nas práticas druídicas, assim como em todas as práticas de caráter anímico que cultivam ações semelhantes. A cura estava intrinsecamente ligada ao mundo invisível, como o espírito do Sol, que era considerado capaz de criar e destruir a vida, fertilizar ou prejudicar as colheitas no solo, e era visto como o promotor da cura e da regeneração, capaz de ascender aos locais mais escuros da terra.
Os Druidas possuíam a função sacerdotal, exercendo também, a função de conselheiros e filósofos, como foi dito anteriormente. Eram eles os responsáveis pelas cerimônias religiosas, pelos rituais em geral e por todos os julgamentos proferidos na tribo.
Na história escrita há uma série de elementos nos relatos greco-romanos, além de achados arqueológicos, que nos dão uma visão sobre as práticas religiosas dos Druidas, os quais, infelizmente, por volta do ano 43 d.C. foram praticamente exterminados pelo Imperador Claudio, deixando-nos apenas um legado de conhecimento perdido no tempo.
O que sabemos de fato sobre a história dos Druidas ainda não foi desvendado pelos historiadores. A única coisa que podemos afirmar é que eles existiram entre os povos celtas, porém a sua verdadeira origem ainda é considerada um grande mistério.
Nem por isso devemos cair em devaneios sem fundamentos. Principalmente, anacronismos que associam os Druidas aos mais variados absurdos. Na nossa visão, o Druidismo é uma religião politeísta, tribal, pagã e estritamente celta.
Entre passado e presente podemos dizer que os Druidas de hoje, tem o compromisso de contribuir para a conscientização de um mundo melhor, em todos os sentidos. Que assim seja!
Rowena A. Senėwėen ®
Retirado do livro Brumas do Tempo
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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.