A mitologia nórdica, também conhecida como mitologia germânica, viking ou escandinava, refere-se a uma religião politeísta pré-cristã com uma série de crenças, mitos e lendas dos povos escandinavos. Esses povos preservaram as tradições nórdicas, incluindo algumas como o Odinismo, o Asatrú e o Vanatrú.
A palavra Asatrú significa fé nos Deuses da raça de Esirs, que estão relacionados aos Deuses da guerra, que são: Odin, Friga, Thor, Tyr, Heindall, Loki, Baldur, Bragi, Iduna, etc. E a palavra Vanatrú significa fé nos Deuses da raça de Vanirs, que estão relacionados aos Deuses da fertilidade e são eles: Njord, Skadi, Freya, Frei, Aegir, Mimir, entre outros.
Dentro da tradição nórdica os Deuses são vistos de uma forma amigável e muito acessível, na qual são reverenciados, também, os espíritos da natureza e diversos espíritos guardiões tais como: os Dísirs (seres sobrenaturais femininos) e os Elfos.
Os princípios básicos seguidos são baseados em Nove Virtudes: coragem, verdade, honra, lealdade, hospitalidade, diligência, perseverança, disciplina e confiança. A partir destes princípios, os indivíduos podem decidir o curso de ação mais apropriado para uma determinada situação em suas famílias ou comunidades, perante os Deuses.
O Universo e tudo que nele existe está sempre evoluindo e nem mesmo os Deuses são considerados como todo-poderosos ou oniscientes, sendo assim, a perfeição não é necessária nem tão pouco esperada.
Conforme os mitos nórdicos, os Deuses organizaram o universo a partir do caos. “Não há dúvida de que antes da criação do Universo não havia lugar onde os Deuses teriam vivido ou sequer morado. Por Universo, entenda-se não apenas o céu e a terra, mas toda a extensão de espaço que a imaginação possa conceber.” A maior fonte de pesquisa está no Prose Edda, conhecido como Edda Poética ou Edda em Prosa, coleção de poemas em norueguês antigo e preservados no manuscrito islandês Codex Regius do século XIII, por Snorri Sturluson (1178 – 1241) – historiador, poeta e político islandês.
Pode-se dizer que a mitologia é a observação específica de uma era, civilização ou mesmo a cultura de um povo, sobre os mistérios existentes na mente humana e na sua religiosidade. Para se aprofundar nos mitos nórdicos, leia o livro: Deuses e mitos do Norte da Europa de Hilda. R. Ellis Davidson.
Bênçãos plenas!
Rowena A. Senėwėen ®
Todos os direitos reservados.
Os Deuses e o seu mundo
“Eu sou o filho da Terra e do Céu estrelado, mas a minha origem é só o Céu.”
O mundo tinha em seu centro uma grande árvore, um grande freixo chamado Yggdrasil. Essa árvore era tão grande que os galhos de estendiam tanto pelo céu quanto pela terra. Três raízes sustentavam o grande tronco; uma passava pelo reino dos Esirs, outra ia até o reino dos gingantes do gelo e a terceira no reino dos mortos. Sob a raiz na terra dos gigantes havia a fonte de Mimir, cujas águas continham sabedoria e entendimento. Odin dera um dos olhos para ter direito de beber um único gole daquela preciosa água.
A árvore formava um elo entre os diferentes mundos. No princípio, havia duas regiões: Muspell no sul, repleta de brilho e fogo; e um mundo de neve e gelo no norte. Entre os dois se estendia no grande vazio de Ginnungagap ou o caos. Onde o calor e o frio se encontravam no meio da expansão, um ser vivo aparecia no degelo, chamado Ymir. Era um gigante e debaixo do seu braço esquerdo nasceram o primeiro homem e a primeira mulher, enquanto de seus dois pés a família dos gigantes do gelo foi gerada.
Ymir alimentava-se do leite de uma vaca, que lambia os blocos de gelo salgado e produziu um novo ser, um homem chamado Buri. Ele teve um filho chamado Bor e os filhos de Bor eram os três Deuses: Odin, Vili e Vê. Esses três mataram Ymir, o antigo gigante, e todos os gigantes de gelo, exceto um, Bergelmir, se afogaram no sangue que dele jorrou.
Do corpo de Ymir, eles formaram o mundo dos homens e de seu sangue o mar e os lagos, de sua carne a terra, e de seus ossos as montanhas; de seus dentes e maxilares e outros ossos semelhantes que se quebraram, formaram-se as rochas e os pedregulhos. Da cabeça de Ymir, eles fizeram a cúpula do céu, colocando um anão em cada um dos quatro cantos para sustentá-la e mantê-la firme acima da terra. Esse mundo dos homens era protegido pelos gigantes por uma muralha, feita das sobrancelhas de Ymir, e se chamava Midgard.
Os Deuses trouxeram à existência o tempo, enviando Noite e Dia para percorrer os céus em carruagens puxadas por velozes cavalos. Duas belas crianças, uma garota chamada Sol e um garoto chamado Lua, também foram colocadas por eles em caminhos através do céu. Sol e Lua tinham de movimentar-se rápido porque eram perseguidos por lobos, que pretendiam devorá-las. No dia em que o maior dos lobos conseguisse engolir o Sol, o fim de todas as coisas estaria próximo.
Depois que o céu e a terra se formaram, estava na hora de construir Asgard, o reino dos Deuses. Em Asgard havia muitos saguões maravilhosos, onde os Deuses residiam. O próprio Odin vivia em Válaskjálf, uma suntuosa morada com telhado de prata, de onde ele podia apreciar a vista de todos os mundos ao mesmo tempo. Ele tinha outra morada chamada Valhala, o palácio dos aniquilados, onde ele oferecia hospitalidade a todos que caíam em batalha. Todas as noites, ele fazia banquete com carne de porco que nunca acabava, e hidromel, que fluía no lugar do leite das tetas da cabra Heidrun, uma das criaturas que se alimentavam de Yggdrasil.
Os convidados de Odin passavam o dia em combate, e todos os derrotados eram reerguidos à noite para festejar com os outros. Chifres de hidromel eram trazidos a eles pelas Valquírias, as virgens de Odin, que também tinham de descer aos campos de batalha da terra e decidir o destino da guerra, convocando os guerreiros caídos para Valhala.
Em algum lugar em Asgard, havia uma construção com um telhado de ouro, chamada Gimli, para onde iam os homens justos após a morte. Havia outros reinos além de Asgard, como Alfheim, onde viviam os belos elfos, e três céus, estendendo-se um depois do outro. Jötunheim, o reino dos Jotnar ou gigantes e Nifheim ou Nilflheim, a morada da escuridão, que ficava embaixo das raízes da árvore do mundo.
Fonte bibliográfica:
Hilda R. Ellis Davidson – Deuses e Mitos do Norte da Europa
Rowena A. Senėwėen ®
Todos os direitos reservados.
"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.