A Ilha Sagrada de Avalon é linda e serena, mas somente para aqueles que preservam a sinceridade no coração. Além das brumas, a madrugada esmorece para dar lugar ao nascer do Sol e finalmente, a inspiração dos Deuses emerge através do tempo. Invoco, com um suave canto, a fonte sagrada e sinto o seu frescor próximo a minha face.
Avalon sempre existiu… Uma terra de amor e beleza, onde viver era simples como respirar. As pessoas corriam livres pelos campos e de nada se arrependiam, pois não havia motivos para ser aquilo que não se era.
Poucos ainda se lembram dos campos floridos e das flores que vibravam em outras tonalidades. Tudo era diferente. Muitos buscam novamente Avalon, mas este tempo não existe mais. A inocência era virtude e a verdade, qualidade.
As brumas se elevam e nos trazem recordações de um tempo distante… Nossos ritos eram sagrados, porque assim nos foi ensinado. Lá, não havia tradições nem contradições, só havia o amor. Simples como acordar e olhar o céu, sereno como contemplar o brilho das estrelas e como reverenciar o Sol e a Lua.
A Lua, sim, ela era mais límpida, como os nossos corações. Muitos estão aqui hoje, poucos se lembram, apenas sentem saudades do lugar.
Avalon se foi apenas por ser bela, ninguém entende. Virtudes hoje são defeitos. Onde está o caminho que nos leva de volta? Não sei, mas ainda está lá!
O véu da maldade encobriu tudo e as ervas daninhas cercaram todo o caminho a sua volta. Por que o desespero? Você escolheu viver em um mundo que não era seu. Avalon ainda existe… Linda e serena.
Sinceridade é a verdade que não se esconde e nem se encobre. Você já sentiu, mas mentiu e renegou suas origens, como muitos que escolheram o mundo das ilusões. Avalon se foi, triste por mais um filho que perdeu.
Como se enganam os que não acreditam. Não é apenas uma lenda, é um fato!
Alguns já sabem e estão voltando. Dura realidade, o coração não entende, se ilude, ama, mas não vai realmente atrás daquilo que se quer. Tudo em nome do ter antes de ser. A vida empurra e a alma finalmente se liberta.
Voltei somente para avisar, mas não havia ninguém. Muito foi falado, poucos ouviram, alguns ainda entenderam, mas os verdadeiros filhos se foram. Não resta mais nada a fazer!
Chamo a barca que nos levará de volta, além das brumas do tempo e do espaço, não consigo mais distinguir seus corações.
Seus ritos são apenas de morte, não existe mais renovação, somente o ego que se fortaleceu.
Avalon está lá, eu sei, mas não para aqueles que buscam o conto de fadas. Ao acordar, todos irão sentir que algo se foi. Sim, eu digo a vocês, se foi a inocência de ser simples e natural.
Restou apenas a nuvem pesada dos pensamentos maculados e das atitudes mal pensadas.
Os bardos chegaram e não me resta mais nada a dizer, levo apenas aqueles que entendem que a beleza é infinita. Fiquem no seu ambiente que não é real.
– “Venha, aqui não é o seu lugar, transpasse as brumas e esqueça este mundo que não lhe pertence. Amanhã você não mais se lembrará.”
Avalon se foi para nunca mais voltar e apenas retornará se o canto novamente souber invocar. Assim falou Morgana, através da sagrada inspiração… O Chamado de Avalon, a lenda medieval da divina sincronia. Awen!
Rowena A. Senėwėen ®
Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.
(Imagem Edward Robert Hughes)
Sagrada Sincronia
Em uma longa estrada
A vida percorre caminhos
Muda o rumo da jornada
Um sussurro leve e tristonho
Vozes que se perdem pela brisa
Muitas vidas, duas almas e um sonho…
Um mundo que começa a girar
Sem nenhuma razão para ficar
Doce melodia que não ousa calar
Ouça agora a voz do coração,
Além da misteriosa ilha de Avalon,
Perfeita harmonia repleta de emoção
Fluindo através da magia,
Presente na fina névoa de prata
Que brilha nessa mais bela sincronia!
Rowena A. Senėwėen ®
Extraído do livro Brumas do Tempo
Todos os direitos reservados.
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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.