Druidesas ou Druidisas

Nó Celta

Os antigos relatos romanos falam de mulheres vestidas de preto com cabelos esvoaçantes, que de mãos dadas com os druidas entoavam invocações. A Dra. Miranda Green questiona o fato de não sabermos se tratavam de druidesas ou de uma classe de sacerdotisas, tão mencionadas nos relatos e na literatura, como mulheres sábias, que seriam de qualquer forma, evidentemente, aliadas aos druidas, mas não druidesas.

O termo druidesa só aparece em relatos questionáveis e provavelmente fictícios; de acordo com o dicionário inglês Oxford, a palavra “druidesa” é uma invenção do século XVIII. O neologismo, porém, hoje é aceito tanto para Druidesa como Druidisa.

Segundo a Dra. Miranda Green, nos séculos III e IV, cerca de 300 e 400 anos após o massacre druídico na Ilha de Mona, o último refúgio dos druidas, hoje a Ilha de Anglesey, litoral do País de Gales, não há registros de sobreviventes e nem relatos intermediários de aparições de druidas. Somente nos séculos I e II, conforme o “Scriptores Historiae Augustae”, quando druidesas figuraram isoladas em aparições para os romanos, descritos uma vez por Diocleciano, Tácito e depois pelo imperador Severus Alexander, que fizeram profecias específicas para descrever essas pessoas.

Na Irlanda quase não há menção as druidesas, somente profetizas e sacerdotisas, sábias e mestras em muitas artes, como exemplificados nos contos de CuChulainn, da Rainha Mebd e nas histórias dos Fianna. No mito irlandês, a esposa de Midir, Fuamnach, é descrita como uma “mulher de grande conhecimento na feitiçaria, habilidade e poder do seu povo”, as Tuatha Dé Dannan. No Táin Bó Cúailnge, a Rainha Medb consulta Fedelm, a profetisa de Cruachan, que prediz a desgraça através dos augúrios. As mães adotivas de Fionn Mac Cumhaill eram mulheres guerreiras, sendo uma druida.

Mulheres Sábias, Bruxas e Feiticeiras

Sim, existiram mulheres druidas. Por outro lado, se detalhes da liturgia druídica nos faltam, indícios das práticas do povo são evidentes. A começar pela inscrição de Larzac: “Maldições, condenações punitivas, invocações pedindo apoio aos Deuses são frequentemente inscritas em folhas de chumbo e outros metais e depositados em templos e fortes. Em 1983 na tumba de Larzac, no sul da França, essa inscrição foi encontrada quebrada em duas partes, datada da Idade do Ferro, escrita em gaulês, formando o mais longo texto em gaulês já encontrado. O texto fala da rivalidade entre dois grupos de mulheres que trabalhavam com as artes mágicas na [1]Gália pré-romana.”

Arqueologicamente, as feiticeiras não são facilmente identificadas, mas há o tratamento de corpos de algumas mulheres mais velhas no período romano que indicam a sua presença. No texto original, a doutora afirma sobre os achados arqueológicas comprobatórias da existência de bruxas e/ou feiticeiras, mas nada muito específico sobre as druidesas.

“Há evidências que as bruxas ou magistas femininas agiam na religião pagã e não apenas no druidismo ou entre os celtas. O testemunho tanto da arqueologia quanto dos antigos apontam para a existência de tais mulheres”. E quem saberá de fato a verdade?

[1] A Gália foi dividida em Gália Transalpina ou Narbonense (atual França) e Gália Cisalpina ou Transpadana (norte da Itália).

Fonte Bibliográfica
The World of The Druids – Miranda J. Green

Rowena A. Senėwėen ®
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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
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