A Era Viking

Nó Celta

Conforme as fontes literárias da Era Viking – Eddas e Sagas – os vikings não eram primordialmente religiosos, mas sim pragmáticos e realistas. No paganismo nórdico, não encontramos traços de fanatismo; em vez disso, identificamos rituais e culto aos seus ancestrais. Nesse contexto, a magia assume a forma de atividades xamanísticas, nas quais os vikings buscavam contato com os mundos sobrenaturais visando a aquisição de conhecimento.

O especialista Prof° Dr. Johnni Langer atribui a denominação de “nórdicos” aos escandinavos que viveram entre 793 e 1066 d.C, no período clássico da Era Viking. O grupo germânico, ao qual pertenciam os escandinavos, compartilhavam características linguísticas e culturais básicas, incluindo a mitologia. É relevante ressaltar que eles faziam parte do grande movimento migratório dos povos indo-europeus, que incluía os celtas, eslavos e gregos.

A designação “Era Viking” corresponde à fase final do início da Idade do Ferro na Escandinávia. O termo “viking” é usado como um adjetivo genérico para se referir aos escandinavos desse período, mas é mais apropriado referenciar à população escandinava medieval como “nórdicos”. Alguns os chamam de “viquingues”, em uma forma aportuguesada, para descrever seus  guerreiros e marinheiros. Entre o final do século VIII e o século XI, eles não apenas realizaram invasões e colonizações nas costas da Europa e nas Ilhas Britânicas, mas estabeleceram povoados e desempenharam um papel importante na expansão comercial.

Viking Os vikings dominaram a maior parte da Irlanda e grande parte da Inglaterra, navegaram pelos rios da França e Espanha, e assumiram o controle de áreas na Rússia e na costa do Mar Báltico. Eles realizaram invasões no Mediterrâneo e no leste do Mar Cáspio. Acredita-se que a superpopulação, resultante do avanço tecnológico no uso do ferro, tenha sido a principal motivação por trás dessas invasões.

Históricos sobre os Vikings

As pessoas que habitavam a costa naturalmente procuravam novas terras através do oceano. Por outro lado, foi nesse período que vários países europeus encontravam-se envolvidos em conflitos internos, portanto, sendo presas fáceis para a organização viking. Os seus navios dragão (drakar) permitiam que os vikings navegassem longas distâncias, além de trazer vantagens tácticas em batalhas. Eles podiam executar eficientes manobras de ataque e fuga, atacando rapidamente e de forma inesperada, e desapareciam antes que uma contraofensiva pudesse ser lançada. Já que os navios dragão podiam navegar em águas rasas, permitindo que os vikings entrassem em terra através de rios.

Embora muitos afirmem que os vikings utilizavam elmos com chifres devido ao receio fundamentado em suas crenças, de que o céu pudesse desabar sobre suas cabeças, essa imagem amplamente difundida não condiz com a realidade histórica. Na verdade, a associação de elmos com chifres era celta, não nórdica, pois os vikings nunca adotaram tais elmos em sua trajetória.

Os capacetes que os vikings realmente utilizavam eram cônicos e sem chifres. Não há qualquer evidência científica paleográfica, histórica, arqueológica ou epigráfica de que os escandinavos da Era Viking tenham utilizado capacetes córneos. Até mesmo as asas no capacete do personagem de quadrinhos Asterix são fantasiosas e não conferem com a verdade.

Todavia, essas características não passam de construções artísticas originadas nas óperas do século XIX. Essas obras, enraizadas no contexto romântico e movidas pela intenção de realçar identidades nacionais e que tinham como objetivo ressaltar a imagem dos vikings como “bárbaros cruéis”. A interpretação estética rústica e diferenciada de sua aparência forjou esse retrato distorcido.

Crenças e práticas dos Vikings

Os vikings se guiavam por ideais militares de força e coragem, sendo inspirados em Thor e Odin. Assim como Odin está associado à poesia e à magia, as runas acabaram tendo uma relação estreita com ambas. As pessoas geralmente gravavam as runas para divinação em pedaços de madeira, ossos e pedaços de pedra, desde os tempos de Tácito. Finaliza o historiador Prof° Dr. Johnni Langer.

Por conseguinte: “Sabemos que campainhas de guerreiros vivendo sob disciplina rígida realmente existiram no fim da Era Viking. Porém a literatura preservou as memórias dos vikings, como um bando de homens levando vida de solteiros em uma comunidade guerreira, com regras rígidas de obediência. Algumas regras foram registradas, para nossa informação: nenhum homem poderia entrar para essas campainhas se tivesse mais de cinquenta anos ou menos de 18 e nem poderiam ter uma mulher no alojamento.” Como descreve a escritora, antropóloga e arqueóloga Hilda R. Ellis Davidson.

As runas serviam como uma escrita secreta para a comunicação em ações militares e nos procedimentos que iam desde à proteção até os encantamentos no geral. Os vikings podem ter utilizado a arte divinatória, mas desconhecemos o sistema pelo qual eram consultadas. Os métodos de “runas invertidas” e a “runa branca” são invenções contemporâneas, provavelmente, vindas do tarot medieval, não havendo nenhum vínculo com a cultura original da Era Viking.

Com o advento da Era Viking, os vikings empregaram as runas para textos longos, geralmente talhadas em suportes pétreos (estelas, monumentos funerários feitos em blocos de pedra), madeira, ossos e couro. A partir do padrão rúnico germânico (futhark antigo, com 24 sinais alfabéticos). Os Vikings inventaram duas variações: as de rama longa (futhark dinamarquês) e o rama curta (futhark sueco), ambos de 16 sinais.

O conhecimento secreto

Deus Odin

“Eu Sou o Filho da Terra
E do Céu estrelado,
Mas a minha origem é só o Céu.”
(A Tábua em Cova Órfica)

Portanto, o termo “rúnar” tem um significado literal de conhecimento secreto ou segredos. Em muitos rituais, eles gravavam as runas enquanto recitavam fórmulas mágicas (galdr) e as pintavam com o sangue de animais sacrificados (blóts).

Por fim, Odin aparece dependurado na árvore do mundo, a Yggdrasill, perfurado por uma espada, descrito no poema de Hámával. Sacrifício voluntário feito para aquisição de conhecimentos ocultos, pois ao ser capaz de olhar para baixo da árvore da vida e levantar as runas, ele soube decifrar toda a sua sabedoria.

Fonte bibliográfica:
Hilda R. Ellis Davidson – Deuses e Mitos do Norte da Europa

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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.

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