Envoltos numa aura de mistério, poder e magia, os celtas despertam um grande fascínio sobre nós através de seus antigos símbolos perdidos no tempo, da arte e dos mitos, onde espirais e círculos sagrados vibram intensamente até os dias de hoje, com tamanha vivacidade, que chega a ser surreal.
Os antigos montes de Newgrange, Knowth, Dowth, Fourknocks, Loughcrew e Tara, na Irlanda, são maravilhosos exemplos de espirais, anterior aos celtas, conhecidos como “As Espirais da Vida”, representando de um modo geral o ciclo da vida, da morte e do renascimento.

As primeiras referências que temos sobre os povos celtas encontram-se na literatura greco-romana, por volta de 500 a.C., considerados como sendo os introdutores da metalurgia do ferro na Europa, dando origem à Idade do Ferro, neste continente. Há indícios, também, de uma cultura pré-céltica ao redor do Danúbio, no ano de 1000 a.C., chegando à Idade do Bronze por volta do ano 1500 a.C.
Os celtas eram compostos de várias tribos, sendo que cada uma possuía seu próprio chefe e, apesar de serem bem diferentes entre si, possuíam uma cultura em comum, uma raça guerreira, o parentesco das línguas, os costumes, a religião e, consequentemente, os sacerdotes.
Os druidas eram tidos como sacerdotes dessas tribos e o Druidismo, por sua vez, um fenômeno exclusivamente celta, ou seja, o Druidismo era a religião dos celtas – apesar de não serem reconhecidos por estes nomes. É quase impossível falar dos celtas sem falar dos druidas e vice-versa.
Para os celtas, os fenômenos naturais eram forças sobrenaturais reconhecidas, na sua maioria, como divindades femininas na representação de Deusas mãe e veneradas de alguma forma. Eles acreditavam que toda árvore, montanha, pedra ou fonte de água possuía um espírito próprio e, por isso, eram dignos de culto, devoção e respeito.
A mulher na sociedade celta era vista como a imagem simbólica da soberania e da fertilidade. Eram reconhecidamente guerreiras, mães, mulheres feéricas (fadas), rainhas, druidisas ou sacerdotisas.
“As heroínas femininas épicas apresentam múltiplas aparências, múltiplos rostos, múltiplos semblantes, geralmente três, tendo em consideração o número simbólico sagrado dos celtas, o qual tanto se apresenta com a forma de tríade como o triskel, a tripla espiral que, girando à volta de um ponto central, simboliza por excelência o universo em expansão.” Descrito por Jean Markale no livro em “A Grande Epopeia dos Celtas”.
O triskelion é considerado um antigo símbolo indo-europeu, palavra de origem grega, que literalmente significa “três pernas”. Este símbolo nos lembra três pernas correndo ou três pontas curvadas, uma referência ao movimento da vida, do universo e aos três reinos: a Terra, o Céu e o Mar.
Sacralidade da Terra
A ligação entre o sagrado e o mundano é muito estreita, na visão druídica, chegando a ser quase impossível separar o profano do espiritual ou o divino dos aspectos comuns da sociedade.
Os pensamentos, palavras e ações é que tornam todo este processo sagrado. Alguns lugares com características especiais, como os montes, as rochas, as árvores, os lagos, as fontes e os rios, constituem um elo de ligação e representam assim, uma passagem entre os mundos.
Essas passagens, por sua vez, irradiam uma vibração muito forte, conhecidas como correntes telúricas, que são correntes elétricas de baixa frequência que e se movem através do subsolo ou do mar, irradiando energias formidáveis, conectando-nos às grandes forças cósmicas.
Uma vez estabelecido este contato podemos observar um perfeito estado de harmonia e um equilíbrio muito grande em nosso interior, favorecendo as celebrações solares, lunares e a meditação.
Portanto, toda natureza em si é considerada um princípio sagrado.
Correntes Telúricas
Os druidas transmitiam seus ensinamentos apenas de forma oral, então, tudo o que sabemos hoje sobre os druidas, fora o fato de que eles adoravam o carvalho e o visco, vem dos relatos de militares e historiadores greco-romanos e, posteriormente, na Idade Média, de monges e abades.

Na visão druídica, os gigantescos blocos de granito e construções megalíticas, incluindo Stonehenge, eram utilizados como captadores de correntes telúricas. Lembrando que os druidas não construíram Stonehenge (monumento megalítico situado em Salisbury – Inglaterra), supostamente eles utilizaram os círculos de pedras, conhecidos também como “cromlech”, para fins religiosos, eventos astronômicos e para prever outros acontecimentos, como eclipses e as mudanças nas estações do ano.
Atualmente, podemos usufruir dos benefícios das correntes telúricas positivas, de uma maneira prática, através da técnica conhecida como Radiestesia. Ao que se sabe, essa técnica não tem nenhuma ligação com os celtas, nem com os antigos druidas.
A Radiestesia – do latim “radius” é a sensibilidade a determinadas radiações – ficou mais conhecida na Europa a partir do início do século XX, apesar das suas referências históricas virem de tempos longínquos. Ela era usada principalmente para encontrar veios de água, poços artesianos e jazidas subterrâneas de minérios, utilizando-se de uma varinha de madeira em forma de forquilha.
Essa investigação energética também pode ser feita nos ambientes de casas ou escritórios, com o auxilio de um pêndulo, que irá captar as vibrações emitidas por um objeto e todo o seu campo de atuação.
Para identificar se as correntes telúricas estão fluindo de forma positiva ou não, coloque o pêndulo no local onde será medida a vibração e observe: se ele girar no sentido horário quer dizer que a energia está positiva, se girar no sentido anti-horário quer dizer que a energia está negativa.
Caso ele se mantenha parado ou trêmulo significa que há falta de energia, no sentido intuitivo.
Para corrigir essas falhas energéticas, podemos contar com o auxilio de pedras ou cristais, como o quartzo branco, por exemplo, que serão colocados no local afetado. As pedras preciosas são canais de energia, que possuem centros vibratórios e, por serem consideradas sagradas, nos remetem novamente à espiritualidade dos druidas. Que assim seja!
Bênçãos do céu, da terra e do mar!
Referências bibliográficas:
BOSTRÖM, Francisco – A Sabedorias das Pedras – Ed. Best Seller, 1994.
GREEN, MIRANDA JANE ALDHOUSE – Exploring the World of the Druids – London: Thames and Hudson, 1997.
JUBAINVILLE, Henri-Marie D‘ Arbois – Os Druidas. Os Deuses Celtas com Formas de
Animais – São Paulo: Ed. Madras, 2003.
MACCULLOCH, J.A. – A Religião dos Antigos Celtas – Edinburgh: T. & T. CLARK, 1911.
MARKALE, Jean – A Grande Epopéia dos Celtas – Ed. Ésquilo, 1994.
SIQUEIRA, Renato Guedes – Cinestesia do Saber – Radiestesia – Ed. Roka, 1996.
Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.
Website:
www.templodeavalon.com
Brumas do Tempo:
www.brumasdotempo.blogspot.com
Três Reinos Celtas:
www.tresreinosceltas.blogspot.com
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