O Amieiro simboliza o escudo de defesa e proteção. Ele é o guerreiro que nos orienta em momentos de batalha e nos inspira a seguir adiante. Aceitamos desafios e nos colocamos em posições onde não temos outra escolha senão lutar e crescer. Presságio: todas as vezes em que estiver em dificuldade, recorra a ele.
Observe sua estratégia. Conforme as palavras do escritor Shanon Sinn: “Terei apenas que me lembrar de me perguntar todos os dias se entrei em uma posição de “poder abusivo sobre outro”, pois devo ter cuidado para não ser consumido por intenções que se desviam do objetivo final de amor e paz.”
Além de explorar a botânica e suas reflexões contemporâneas, estude o folclore e os mitos relacionados a esta árvore. Boa leitura!
Rowena Ferch Aranrot ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.
(Texto atualizado em 14/01/2024)
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O Amieiro – A Árvore do Guerreiro
Pronúncia: Fiarn
Tradução: Amieiro
Nome científico: Alnus Glutinosa
Irlandês antigo: Fearn
Galês: Gwernen
Inglês: Alder
Significado básico: Orientação Oracular
Classe: Chefe
Cor: Flann, “vermelho-sangue”
Bríatharogaim:
Bríatharogam Maic ind Óc
Fern: comét lachta, “vasilha do leite”
Bríatharogam Con Culainn
Fern: dín cridi, “proteção do coração”
Bríatharogam Morainn mac Moín
Fern: airenach fían, “vanguarda de guerreiros”
Comentários:
Ao ser cortada, a madeira do amieiro apresenta uma forte cor vermelha e uma tintura vermelha pode ser feita com as suas folhas e casca. Assim a sugestão de sangue, combinada à dureza da madeira, tornou-a uma escolha natural para os escudos que protegiam os antigos guerreiros irlandeses em batalha.
Fearn é um emblema da proteção em todos os agitados e perigosos acontecimentos da vida. Já que você pode invocar seu espírito sempre que o perigo o ameaçar no corpo, na mente ou no espírito. Aliás, o poder de Fern defende poetas e contadores de histórias dos demônios que habitam na imaginação. Bem como o duro escudo de madeira protege o coração vulnerável do guerreiro.
A Batalha das Árvores
Fearn mostra uma ligação também com Bran, o Abençoado. Conforme a introdução da A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin diz:
Entretanto, estas são as estrofes que foram cantadas na Batalha das Árvores, ou seja, como outros a chamam, a Batalha de Achren, que foi por causa de uma corça branca e de um cachorro; e eles vieram do Inferno, pois Amaethon ap Don os trouxe.
De fato, Amaethon ap Don e Arawn, Rei de Annwn, lutaram. Porém, havia um homem nessa batalha, a menos que seu nome fosse conhecido, ele não poderia ser vencido; no entanto, havia uma mulher chamada Achren no outro lado e, a menos que seu nome fosse descoberto, sua hoste não poderia ser vencida. Mas, Gwydion adivinhou o nome do homem e cantou as duas estrofes seguintes:
De cascos firmes é meu corcel impelido pelas esporas;
Os altos galhos do amieiro estão em teu escudo;
Bran és chamado, dos ramos brilhantes.
E, assim disse:
De cascos firmes é meu corcel no dia da batalha,
Os altos ramos do amieiro estão em tua mão:
Bran, pelo ramo que carregas,
Amaethon, o bom, prevaleceu.
De acordo com o Segundo Ramo do Mabinogion, encontramos a seguinte referência:
Assim que Bendigeid Fran chegou a terra e a frota com ele pela margem do rio.
– Senhor – disseram os capitães -, conheceis a natureza deste rio, que nada pode atravessá-lo, pois não há ponte sobre ele?
– Não há nenhuma – replicou o rei -, exceto que aquele que será o chefe, deixai-o ser uma ponte. Eu o serei.
Então, foi essa declaração proferida pela primeira vez e é ainda usada como provérbio. Quando ele se deitou atravessando o rio, tábuas foram colocadas sobre ele e o exército passou por cima.
Sagragnos & Coslogenos:
Sagragnos: o Avanço. Fearn é o amieiro, determinação, o passo corajoso para diante, o avanço audaz sobre quaisquer obstáculos que possam estar à frente. No meio da batalha, do conflito, da disputa, da competição. Acima de tudo, este é o escudo da proteção que permite a marcha progressiva seguindo os estandartes da equidade, do dever, da responsabilidade em direção à vitória.
Logo após deixar o porto para enfrentar o mar desconhecido, este navio destemido a singrar o oceano, mesmo sob as mais ferozes tempestades, apesar de qualquer coisa que possa jazer nas profundezas, não importando qual seja a duração da viagem. Contudo, o marinheiro ousado no mar da vida regozija-se com o firme amieiro apoiando a embarcação. Além disso, outros aspectos deste caractere incluem a possibilidade de que haja perigo. Portanto, podemos considerar circunstâncias que determinem de onde pode surgir o perigo e de que forma este pode ser afastado antes do surgimento de sérias contendas.
Coslogenos: proteção, amparo, olho vigilante, necessidade de precaução. Sacrifícios pessoais em benefício de outros, pontes, ações entre mundos ou grupos.
Coirí Filidechta – Os Caldeirões da Poesia:
- Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento), físico: fique consciente de que você e os outros são criaturas únicas. Se acaso houver a possibilidade, mantenha seus olhos abertos para ver o incomum e reconhecer o que se encontra nos outros.
- Coire Érmai (Caldeirão do Movimento), emocional/mental: você usará algo que previamente não notou. Habilidades oraculares não são fáceis de reconhecer. A mente às vezes está relutante para lidar com a parte intuitiva.
- Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria), espiritual: você oferece auxílio espiritual e proteção numa disputa. Sobretudo, deixe sua intuição guiá-lo.
Bellouesus Isarnos
Considera-te recepcionado, com meus votos de encontrares aqui algo que desperte teu interesse ou que não te entedie.
Nemeton Beleni:
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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.
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