1. Bétula (Beith/Birch/B)

Nó Celta

A Bétula está relacionada a novos começos e anuncia uma nova jornada. É associada à limpeza, purificação e renovação. Conhecida também como Vidoeiro-Branco. Presságio: benevolente em vários aspectos, se houver imprevistos, é necessário fazer uma limpeza energética antes de iniciar algum projeto.

Ela pode ser usada em qualquer feitiço de purificação. Utilize suas folhas para fazer banhos ou queime-as em carvão para defumar sua casa, especialmente durante as épocas de Samhain e Beltane, que representam o fim e o início de um novo ciclo, a parte escura (Inverno) e a parte clara do ano (Verão).

Além de explorar a botânica e suas reflexões contemporâneas, estude o folclore e os mitos relacionados a esta árvore. Boa leitura!

Rowena Ferch Aranrot ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.
(Texto atualizado em 14/01/2024)

Aicme Beithe: B, Beith  > -,-
Bétula – A Árvore da Pureza

Pronúncia: Bé
Tradução: Bétula
Nome científico: Betula Pendula
Irlandês antigo: Beithe
Galês: Bedwen
Inglês: Birch
Significados básicos: Começos e Purificação
Classe: Camponês
Cor: Bán, “branco”

Bríatharogaim:

Bríatharogam Maic ind Óc
Beithe: maise malach, “beleza da sobrancelha”

Bríatharogam Con Culainn
Beithe: glaisem cnis, “a da pele mais cinzenta”

Bríatharogam Morainn mac Moín
Beithe: féochos, foltchain, “pé mirrado, cabelo fino”

Comentários:

Beithe, a bétula, com seu tronco esbelto, suas folhas verdes claras e sua casca prateada, representa um tipo peculiar de beleza, pálida, delicada, tremulante, rara como o Cervo branco. Aliás, como o luar, permanece fora de alcance, sempre perseguida, nunca possuída.

Portanto, como primeira letra do alfabeto ogâmico, Beithe também representa novos começos, novas oportunidades e todas as coisas inocentes e jovens. Maleável e flexível. Ela se curva ao vento, mas não se quebra. Afinal, sua arte é a da subsistência, ou, como se poderia dizer, a da sobrevivência. Viajar tranquilamente, com poucos desejos e abertura para aquilo que a jornada pode trazer, essa é a arte de Beithe.

Em A Batalha das Árvores, o bardo Taliesin refere-se à Bétula:

A Bétula, apesar de sua mente elevada,
Atrasou-se antes que ele (o tojo) fosse enfileirado.
Não por causa de sua covardia,
Mas por causa de sua grandeza.
Os cimos da Bétula cobriram-nos com folhas
E transformaram-nos e mudaram nosso estado enfraquecido.

O Auraicept na n-Éces e a origem do Ogham

“Quais são o lugar, a época, a pessoa e a causa da invenção do Ogham? Não é difícil. Porque seu lugar é a ilha da Irlanda, onde vivemos nós, os irlandeses. Na época de Bres, filho de Elatha, rei da Irlanda, o Ogham foi inventado. Além disso, a pessoa (isto é, quem o inventou) foi Ogma, filho de Delbaeth, irmão de Bres, pois Bres, Ogma e Delbaeth são ali os três filhos de Elatha, filho de Delbaeth. Eis que Ogma, um homem bem versado no discurso e na poesia, que inventou o Ogham.

Porém, a causa de sua invenção, como uma prova de sua engenhosidade e [para] que esse discurso pertencesse ao instruído separadamente, excluindo-se os rústicos e pastores. De onde o Ogham obteve seu nome, de acordo com o som e a matéria, quem são o pai e a mãe do Ogham. Qual é a primeira letra que foi escrita pelo (isto é, com o) Ogham e por quê o “b” precede toda letra?

Inicialmente, Ogma criou o Ogham com relação ao seu som de acordo com a matéria. Entretanto, os poetas aplicam a aliteração perfeita “ogum” como “og-uaim” à poesia por meio dele, pois pelas letras, os poetas medem o gaélico. Assim, Ogma é o pai do Ogham, e a mão ou a faca de Ogma é a mãe do Ogham.

Além do mais, é a primeira coisa que foi escrita pelo Ogham, >-,,,,-,,,-, isto é, (a bétula). O “b” foi escrito e para ocultar um aviso a Lug, filho de Ethliu, para que sua esposa não fosse ela arrebatada para o País das Fadas. A saber, sete bês num ramo de bétula: tua esposa será sete vezes levada de ti para o Outro Mundo ou um outro país, a menos que a bétula proteja-a. Por essa razão, “b”, bétula, toma a precedência, pois é na bétula que o Ogham foi escrito primeiramente.”

Sagragnos & Coslogenos

Sagragnos: o Nascimento. Beithe é a bétula, é o começo, o princípio, o nascimento, aurora de um novo dia. É o vasto potencial que se projeta para diante. É a primavera com todo o trabalho que deve ser feito a fim de plantar as sementes que irão crescer no verão e garantirão a colheita.

A primeira letra na página que a inspiração e o esforço levarão à frente até que a história, o ensaio, o livro estejam terminados. Certamente é o primeiro instante em que a passagem do tempo e tudo que nele se fez irão transformar-se em história.

O toque da alvorada no despontar do dia, o chamado para acordar e aprontar-se para os afazeres diários. O desafio para levantar-se e lutar para cumprir a promessa daquilo que pode ser. Isto é a energia potencial esperando o direcionamento e a força de vontade que permitirão realizar tudo o que for decidido.

Vida, vitalidade, vigor, saúde e frescor. É a iniciação. Nesse sentido, é um aspecto da ordem cíclica das coisas. Logo depois do fim, ou no ponto em que tudo termina e o novo ciclo começa. Entretanto, o foco está no começo, mas, como em toda a natureza cíclica, o começo e o fim são, muitas vezes, o mesmo ponto.

Coslogenos: nascimento, a liberação daquilo cujo tempo chegou, produção, criação. Expulsão, banimento, desembaraçar-se de algo.

Coiri Filidechta – Os Caldeirões da Poesia

  1. Coire Goiriath (Caldeirão do Aquecimento) – físico: você deve eliminar a negatividade de si mesmo, as influências inúteis e os maus pensamentos para ter um novo começo.
  2. Coire Érmai (Caldeirão do Movimento) – emocional/mental: concentre-se em seu desejo, a imagem do resultado almejado deve ser mantida na mente com firmeza.
  3. Coire Sois (Caldeirão da Sabedoria) – espiritual: para um novo começo, visualize o branco da bétula, que se destaca limpo de distrações e obstruções.

Bellouesus Isarnos
Considera-te recepcionado, com meus votos de encontrares aqui algo que desperte teu interesse ou que não te entedie.

Nemeton Beleni:
https://nemetonbeleni.wordpress.com


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"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.

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