1. Por que Druidismo?

Nó Celta

Antes de responder essa pergunta é preciso voltar no tempo…

Desde pequena sou considerada impertinente e até meio esquisita, algo como aquela que gostava de conversar com as árvores e sonhava que voava pelos campos. A minha família, com sua diversidade cultural entre portugueses, indígenas e até poloneses, tinha suas diferentes crenças, que iam do cristianismo ao xintoísmo. Mas havia também aqueles que seguiam a Umbanda e o Candomblé e que, por sua vez, incorporavam nas reuniões familiares. Adorava quando isso acontecia e, com uma curiosidade ávida, tentava entender esse intercâmbio com o Outro Mundo.

A partir daí começaram a surgir os meus infindáveis questionamentos.

Aos 15 anos, comecei a me interessar por oráculos. Estudei e li muitos livros sobre magia e ocultismo, fiz vários cursos e, quando nada mais parecia fazer sentido, literalmente surtei! (risos). Ouvia vozes, avistava vultos e conversava mentalmente com todos os tipos de seres. Entrava em transe ao meditar ou mesmo durante uma simples caminhada. Naquela época, em 1999, morava em um local próximo à natureza e me dedicava à arte floral japonesa e toda a sua mitologia, o Ikebana, por meio da Academia Kado Sanguetsu. A partir daí, os mitos e lendas ganharam um novo enfoque pessoal, e comecei a buscar outras alternativas no âmbito espiritual.

Como disse Hilda R. Ellis Davidson, no livro Deuses e Mitos do Norte da Europa, que muito me impressionou nessa busca: “Os mitos podem nos levar a descobrir mais sobre nossa herança espiritual, e talvez perceber alguns dos defeitos no desenvolvimento espiritual do mundo moderno. O estudo da mitologia não precisa mais ser visto como uma fuga da realidade para as fantasias por parte dos povos primitivos, e sim como uma busca pela compreensão mais profunda da mente humana. Ao nos aventurarmos em explorar as distantes colinas habitadas pelos Deuses, estaremos talvez, descobrindo o caminho de casa.” Finalmente, comecei a re-descobrir o meu caminho de volta para casa.

Então, para chegar ao Druidismo moderno foi apenas uma questão de tempo, ou seja, entender que aquilo que praticava tinha o nome de Druidismo, tornando-se um processo contínuo de desconstrução de crenças e reavaliação de novos conceitos. Além do estudo da cultura céltica que se revelava de forma sincrônica em minha vida e que, praticamente, desconhecia.

Lembro que sonhava com espirais duplas, o triskel e nomes estranhos (pelo menos naquele momento), como: Avalon, Caer Siddi e Arianrhod. Sendo que os ancestrais e os espíritos da natureza já faziam parte do meu dia-a-dia.

Resumindo, conheci a Wicca, mas logo percebi que não era o que buscava. Em seguida, me deparei com um grupo druídico com raízes britânicas em Atibaia, interior de São Paulo – infelizmente, perdi o contato com eles. Vivenciei os ritos e fui orientada a pesquisar e escrever sobre o Druidismo e as divindades celtas. Nesta jornada, conheci um druida da tradição irlandesa e vários grupos como o Paganismo Reconstrucionista Celta e as ordens ADF e a OBOD, bem como o druida Searles O’Dubhain, que muito contribuíram e ainda contribuem com os meus estudos e vivências pessoais.

Enquanto isso, a vida seguiu naturalmente o seu curso…

O mundo deu suas voltas e, como as águas que fluem constantemente sob as raízes das árvores, despertei através dos mistérios e da sagacidade dos mitos arthurianos, das lendas galesas e dos contos irlandeses. Hoje, me sinto plenamente realizada, em paz comigo mesma e com os Deuses novamente.

Enfim, por que o Druidismo? Porque esse é o meu caminho, a minha vida e a minha essência!

Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo
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