Referência Cosmológica Ritualística

Nó Celta

Para aqueles que não estão familiarizados com o que fazemos na ordem ADF – Ár nDraíocht Féin, permitam-me explicar rapidamente nossa Cosmologia e o que esperamos vivenciar e alcançar em nosso ritual.

Referências Cosmológicas Pré-Rituais
Por Kirk Thomas (Ár nDraíocht Féin

Sobre o autor: o Rev. Kirk Thomas é Vice-Arquidruida, Chefe da Guilda de Liturgistas da ADF.
Liturgista do Bosque Sonoran Sunrise, ADF. Reside em Tucson, Arizona – EUA.

Somos uma religião sacrificial, o que significa que lutamos para criar e manter relacionamentos com os poderes espirituais ao nosso redor. Isso inclui os Deuses, os Espíritos da região e da terra e nossos Ancestrais, os parentes de sangue e as pessoas próximas que são queridas ao nosso coração, bem como as pessoas que viveram neste lugar antes de nós.

Quando usamos a palavra “sacrifício”, indicamos algo muito específico, que pode não ser o que você pensa. A palavra “sacrifício” vem das palavras latinas “sacer” e “facere”, que apenas significam “tornar sagrado”. A palavra “sacer” significa “reservado”, então, quando sacrificamos, estamos apenas separando coisas do nosso mundo normal para que elas possam existir no tempo e no espaço sagrados. Isso não significa que estamos matando animais ou pessoas ou nada assim.

Há três gêneros de sacrifícios no ritual da ADF – reciprocidade, a refeição compartilhada e a mitigação da ordem com o caos. Podemos realizar todos os três em nossos rituais em várias ocasiões.

A forma mais comum que usamos é a reciprocidade – damos para que possamos receber. Porém, isso não é tanto um “quid pro quo” quanto um relacionamento. Você dá amor e apoio e, ocasionalmente, presentes a seus amigos e espera receber de volta os mesmos amor e apoio e presentes ocasionais. Esse é o modo normal como os relacionamentos funcionam. E isso é o que fazemos com os Poderes. Fazemos oferendas para eles e, mais tarde, pedimos suas bençãos em retribuição.

Desviamos quaisquer forasteiros, que é como chamamos os espíritos problemáticos que não estão alinhados com nossos caminhos, dando-lhes bebida ou comida. E, uma vez que um presente chama por outro presente em retribuição, no espírito da reciprocidade, acreditamos que eles ficarão afastados. Alguns Bosques fazem sacrifícios para um Deus ou Espírito Guardião para proteger o rito em acréscimo a, ou em vez de, oferecer aos forasteiros.

A segunda forma de sacrifício, a “refeição compartilhada”, é quando oferecemos alguma coisa, como uma fatia de pão, dando uma parte dela como uma oferenda aos Poderes, enquanto o resto do pão é dividido entre nós todos. A mitigação da ordem com o caos é quando realizamos nossas Oferendas de Louvor. Esses momentos ligeiramente caóticos que trazemos a nossos rituais ajudam a impedir que nos tornemos muito rígidos ou formais.

Mas como obtemos a atenção das Famílias – os Deuses, os Espíritos da Natureza e os Ancestrais?

Na maioria dos rituais religiosos, quer estejamos conscientes disso ou não, recriamos as origens do universo, transportando-nos para o espaço e o tempo sagrados para que a comunicação pode seja facilitada.

Primeiramente, restabelecemos os Três Mundos do Céu (o lugar dos Seres Brilhantes), do Mundo Intermediário (onde nós vivemos) e do Mundo Inferior (onde habitam nossos Ancestrais) realizando a meditação dos Dois Poderes, que traz os poderes do Mundo Inferior, os poderes do caos, e do Céu, ou Poderes Celestes, os poderes da ordem, para dentro de nós mesmos, para que possamos ser como a Árvore do Mundo e ligarmos os mundos. Chamamos isso “a recriação do eixo vertical”.

Às vezes, também preenchemos esse quadro cósmico restabelecendo os Três Reinos da Terra, do Mar e do Céu (as três partes do Mundo Intermediário) ou invocando as 5 direções ou de qualquer outro modo. Chamamos isso “o eixo horizontal”.

O lugar onde o eixo vertical do Céu, do Mundo Intermediário e do Mundo Inferior tem sua intersecção com o eixo horizontal da Terra, do Mar e do Céu é o local que chamamos “O Centro Sagrado” ou “Centro dos Mundos”. E esse local é onde os véus entre nosso mundo e os outros mundos é mais fino. Esse “local” sagrado é onde o universo foi criado e é todos os lugares e lugar nenhum ao mesmo tempo. Entretanto, nós o recriamos aqui. Também estamos em um “tempo” sagrado, que é todos os momentos e momento nenhum, quando o universo foi originalmente criado.

Para ajudar em nossa ligação com o Centro Sagrado, consagramos e reconectamos os Três Sagrados em nosso rito. Os objetos físicos são o que usaremos para atravessar o véu entre os mundos e nós os chamamos Três Portais. Estes são a Fonte (que conecta ao Mundo Inferior e aos poderes do caos), o Fogo (que conecta ao Céu e aos poderes da ordem) e a Árvore (que cresce em nosso Mundo Intermediário, mas nos conecta aos outros mundos).

Quando abrimos os Portais, estamos enviando um convite aberto aos Poderes, um anúncio, aproximadamente, de que estamos aqui como um grupo e desejamos comungar com eles. Então, fazemos sacrifícios para eles, que são oferendas de comida, bebida, inspiração ou objetos preciosos, convidando-os a participarem conosco de nosso rito. E, quando todos os sacrifícios tiverem sido feitos, pedimos que suas bençãos nos sejam dadas em retribuição.

Assim, estamos aqui para recriar o Centro Sagrado, fazemos nossos sacrifícios às Famílias e pedimos suas bençãos e sabedoria, formando e mantendo nossos relacionamentos com todos eles.

Texto original ADF: A Cosmological Pre-Ritual Briefing

Tradução: Bellouesus Isarnos
Considera-te recepcionado, com meus votos de encontrares aqui algo que desperte teu interesse ou, na pior das hipóteses, não te entedie.

Bellodunon:
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